domingo, 31 de agosto de 2008

Ilhas Verdes de Cultura e Vida Urbana

Trabalho de Conclusão de Curso - 2008 - UFSC
Acadêmica Priscila Mei Minku
Orientador Almir Reis

O presente projeto reúne diversas ambições por um espaço requalificador do centro. Há preocupação em vincular a arquitetura contemporânea e a antiga com harmonia, isto sem perder de vista o objetivo de criar uma linguagem arquitetônica contemporânea, que expresse os valores estéticos do nosso tempo. Do mesmo modo, objetiva-se abrigar adequadamente os novos usos, levando em consideração aspectos de conforto térmico-acústico e permeabilidade visual e espacial entre o espaço público e o privado. A liberação dos níveis térreos objetiva a criação de espaços urbanos de encontro, aliados à uma atmosfera verde gerada por jardins. Expressivas intervenções urbanas e culturais, dispersadas no centro histórico da capital em forma de pequenas “ilhas verdes”.

Em síntese, constitui o objetivo geral do presente trabalho:

· Desenvolver proposta arquitetônica para o entorno da Rua Fernando Machado, inserindo equipamentos e atividades culturais, visando requalificar o ambiente urbano do centro de Florianópolis.

Além deste objetivo principal, o projeto também responde aos seguintes:

· Inserir o projeto no centro histórico, próximo de arquiteturas responsáveis pela montagem da história local, como uma forma de intensificar o elo entre história e atividades culturais;

· Elaborar proposta para utilização de terrenos baldios da Rua Fernando Machado e reutilização de edificações patrimoniais coloniais e ecléticas;

· Propor espaço que permita o aprendizado, criação e trocas culturais;

· Suprir a necessidade dos alunos de artes cênicas por espaços de ensaio para atividades de extensão e trabalhos criados por conta própria;

· Suprir a falta de teatros em Florianópolis;

· Propor conjunto arquitetônico que permita a expansão de atmosfera cênica para além dos limites do teatro;

· Aplicar técnicas sustentáveis ao projeto arquitetônico;

· Qualificar a ambiência urbana da Rua Fernando Machado, através de tratamento paisagístico adequado e articulação com espaços abertos configurados nas novas edificações inseridas na área.


Estratégias sustentáveis e de conforto

· Utilizar técnicas e mão-de-obra locais;

· Utilizar materiais locais, como o concreto e a alvenaria, diminuindo gastos e tempo com transporte;

· Criar átrios com jardins internos de grande porte para obter um microclima agradável aos usuários e economia de energia artificial através do aquecimento passivo no inverno e ventilação e frescor no verão.

· Projetar com a natureza, por meio de jardins e terraços-jardim, para resgatar o verde, a permeabilidade do solo, reduzir das ilhas de calor, purificar a atmosfera no entorno da edificação e formar um microecossistema nos jardins;

· Criar grandes fechamentos em tela metálica para servir de apoio a plantas trepadeiras, a fim de aumentar a quantidade de área verde e reduzir a inércia térmica do edifício, bem como favorecer a ventilação cruzada;

· Aproveitar a água pluvial com o intuito de diminuir a carga de drenagem e reduzir o consumo de água tratada, com destino para irrigação de jardins, limpeza da edificação e vasos;

· Reciclagem de águas pluviais;

· Uso de dispositivos economizadores de água, tais como: torneiras de acionamento hidromecânico, mictórios de acionamento de descarga automática, vasos sanitários a vácuo.



As três edificações inseridas no entorno

Albergue para Artistas

Teatro Oficina

Teatro Oficina

Teatro Oficina

Teatro Oficina

Edifício Multifuncional



sábado, 30 de agosto de 2008

Terminal Turístico na Joaquina

A problemática

Antes de propor uma edificação na praia da Joaquina é necessário sentir seu ambiente marinho, a vegetação rasteira das dunas, o verde dos morros, a brisa do mar. Observar se todos os equipamentos criados pelo homem condizem com a paisagem, gerando um todo positivo e a favor da escala do homem com a natureza.

Infelizmente, ao percorrer a praia, a experiência que pude ter foi de um espaço caótico, com o meio ambiente degradado devido às construções e ao sistema viário inadequados para uma área de dunas. O skyline era perturbador com a presença de uma pedreira no lugar do verde dos morros, de um grande estacionamento de carros ao invés da rica vegetação de restinga e com a obstrução visual da praia devido ao excesso de edificações de frente para o mar.

Partindo deste ponto, fiquei imaginando como era a Joaquina há vinte anos atrás. Qual era sua infra-estrutura? Mas também qual era o número de usuários? Certamente o cartão postal não era o mesmo e os usuários desfrutavam muito mais de suas belezas naturais.

É óbvio que não podemos retroceder a Joaquina à imagem de seu passado, pois muitas coisas mudaram, mas penso que algo ainda pode ser feito e melhorado. Por que não deixar a paisagem em primeiro plano? Logo imagino a concentração dos usos em um único edifício sobre pilotis e com uma grande permeabilidade visual, de modo a ferir a paisagem o menos possível e permitir o movimento das dunas.

Quanto ao sistema viário que interliga a Lagoa da Conceição à Joaquina, imagino modalidades diversas, como o teleférico e as ciclovias, visando a sustentabilidade e rompimento da nossa dependência rodoviarista. Para aproveitar de forma racional o sistema viário, acrescento ao sistema público de transporte, o uso de vans com a intenção de reduzir o número de automóveis particulares.

O edifício

A Joaquina é uma praia freqüentada por um amplo público alvo e nela desempenham-se as mais variadas atividades, que vai desde aos esportes radicais, como a apreciação da paisagem e de uma boa comida. Frequentemente ocorrem campeonatos de surf e logo na estrada de acesso à praia enxergamos praticantes de sandboard divertindo-se nas dunas e praticantes de parapaint ocupando os morros.

Tendo em vista a grande demanda e diversidade dos usos e o compromisso com a intervenção sustentável, busquei aliar práticas, a princípio antagônicas, em uma única edificação (espaço multi-uso). A concentração dos usos visa reduzir a área de impacto causada pela implantação de edificações, incentivando o processo de recuperação da restinga. Outra solução para este problema foi a adoção de pilotis que também têm a vantagem de descolar a edificação do solo, permitindo a livre movimentação das dunas.

Analisando a implantação, fica clara a minha intenção de inserir a edificação perpendicularmente à praia, transformando o ambiente construído em uma grande passarela que liga a Av. Prefeito Acacio Garibaldi à praia, visando a acessibilidade, praticidade e recuperação das dunas através da estratégia de indução de fluxos.

Em relação às técnicas construtivas, busquei na modulação um modo de racionar o uso de materiais, evitando o desperdício e reduzindo o tempo de obra. Para as lajes foi utilizada a laje alveolar; para as vigas, perfis “i” metálicos”; e pilares redondos pré-fabricados de concreto. Toda a modulação segue em função das dimensões da laje alveolar (larguras 1,20m e 0,60m), levando à distanciamentos de 6m entre pilares e balanços de 3m.

Na arena multiuso, devido às dimensões generosas que um espaço deste requer, busquei leveza com a estrutura treliçada metálica, de modo a vencer grandes vãos com o mínimo de pilares. No caso da cobertura, solucionei-a com apenas 4 pilares que se ramificam nas extremidades, remetendo às árvores. Aliado a isso, há uma negação aos fechamentos convencionais. Questiono sua aplicação nesta edificação, a partir de que o meu partido é liberar a vista para o skyline em 360° sem gerar desconforto térmico, permitindo a livre circulação dos ventos. Isto foi possível com a criação de brises móveis de madeira que compõe a “caixa” que envolve e protege a arena multi-uso. Por serem móveis, os brises podem ser fechados em situações bioclimáticas desfavoráveis.

Novamente em defesa do conforto térmico, projeto a estrutura da cobertura da arena com uma grande abertura na porção superior central, de modo a criar correntes de convecção. Nesta porção também há iluminação zenital de modo a aproveitar com, moderação a iluminação natural.

Em relação à eficiência energética, busquei suprir a demanda energética de toda a edificação por meio de painéis fotovoltaicos. A cobertura situada acima da passarela possui estrutura vinculada a painéis fotovoltaicos, todos orientados para o norte, com a inclinação da latitude de Florianópolis (28°), a ideal para se aproveitar o máximo de incidência solar durante o dia.












Fachada Leste

Fachada Oeste



Implantação

Térreo


Primeiro Andar


Segundo Andar


Terceiro Andar


Quarto Andar

Cobertura

Corte AA'

Corte BB'


Projeto Acadêmico - 2007 - UFSC
Acadêmica Priscila Mei Minku

Professor Nelson Saraiva

Albergue










Projeto Acadêmico - 2006 - UFSC
Acadêmica Priscila Mei Minku
Professor Almir Reis

Seminário de Iniciação Científica - SIC - 2006

Poster
Bolsista: Priscila Mei Minku
Orientadora: Profª Drª Sonia Afonso

Iniciação Científica - 2006

CONJUNTOS RESIDENCIAIS SOBRE ENCOSTAS: AVALIAÇÃO DA
UTILIZAÇÃO DESTA TIPOLOGIA COMO SOLUÇÃO HABITACIONAL
NO MORRO DA CRUZ, FLORIANÓPOLIS – SC

Bolsista: Priscila Mei Minku
Orientadora: Profª Drª Sonia Afonso
Florianópolis, 20 de novembro de 2006

Resumo

O presente estudo faz parte do Projeto Integrado de Pesquisa APA – Arquitetura e Paisagem - Avaliação da Inserção Urbana no Meio Físico, realizada pelo Grupo APEU - Arquitetura, Paisagem e Espaços Urbanos – do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A pesquisa pretende analisar a conformação dos conjuntos residenciais multifamiliares existente no Morro da Cruz, em Florianópolis/SC, identificando elementos de projeto bem ou mal empregados, visando à preservação ambiental, o respeito às encostas, aos cursos de água e à permeabilidade do solo. Para isso, primeiramente, foram feitas visitas à área de estudo, onde foram identificados diversos problemas relativos à implantação dos edifícios e à carência de infra-estrutura urbana.

Durante a primeira etapa deste trabalho foram feitas digitalizações de mapas temáticos e plantas cadastrais, bem como montagens de fotos aéreas derivadas de um levantamento aerofotogramétrico, IPUF - AEROCONSULT 2004, para a obtenção de um moderno instrumento de análise que sustentasse as futuras avaliações e entendimento da área em questão.

Através da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP), foi adquirido um catálogo de edifícios residenciais existentes na área e algumas tipologias gerais. A partir disto foi possível selecionar os conjuntos residenciais multifamiliares e compreender determinados padrões de uso.

Com o apoio de fotografias aéreas e do catálogo adquirido na SUSP, obteve-se a cobertura total de conjuntos residenciais existentes no Morro da Cruz, verificando uma grande concentração destes na região do morro da Serrinha e do morro da Carvoeira, que, por sinal, são áreas bastante íngremes. Em uma primeira análise, em relação à adequação ao Plano Diretor, perceberam-se incoerências e infrações na implantação dos conjuntos em relação ao zoneamento proposto.

Na segunda etapa deste trabalho analisou-se a morfologia do Morro, evidenciando diversas linhas de drenagem, afloramentos rochosos e áreas com matacões desprovidas de cobertura vegetal, o que compromete muito a estabilidade do solo e a segurança das edificações a jusante. De acordo com os estudos, a maioria dos conjuntos existentes localiza-se em áreas de risco e poucos foram os implantados de maneira eficaz em relação ao seu posicionamento na encosta.

Iniciação Científica - Publicação

ENCAC - ELACAC - 2005
Maceió/ Alagoas/ Brasil - 5 a 7 de outubro de 2005

Iniciação Científica - 2005

TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS DE EDIFÍCIOS DE
ESCRITÓRIO NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS-SC
Bolsista: PRISCILA MEI MINKU, graduanda em Arquitetura e Urbanismo
Orientador: Prof. ENEDIR GHISI, PhD
Florianópolis, outubro de 2005

Resumo

O comportamento energético de um edifício depende das componentes escolhidas para formar o envelope. Isto se deve ao fato de cada material possuir reações distintas a fenômenos que nele ocorrem, como a inércia térmica, trocas de calor por condução, convecção e radiação. As propriedades térmicas dos materiais utilizados nas fachadas externas e a ação dos raios solares influenciam nas cargas térmicas da edificação. Para se obter um bom desempenho termo-energético, é preciso uma conjugação racional entre os detalhes construtivos e fatores externos, tais como o clima local, a ação do vento e a interferência de edificações do entorno e da orientação solar. Considerando-se a grande influência que o envelope traz para a eficiência energética, este trabalho tem como principal objetivo fazer um levantamento sobre os detalhes construtivos de 47 edifícios de escritório (12 públicos e 35 privados), situados na malha urbana central da cidade de Florianópolis-SC. Através da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP), foi possível o acesso a todos os projetos dos edifícios de escritório situados em Florianópolis. A partir de então se iniciaram os levantamentos, obtendo-se o nome dos projetistas e construtores, início de ocupação, localização do edifício, as espessuras das lajes, pé-direito, área média dos escritórios, número de pavimentos-tipo, área de janelas, entre outros. No decorrer dos levantamentos houve a necessidade de se entrar em contato com os projetistas e os construtores responsáveis pelas obras para obter detalhes construtivos que não estavam disponíveis na SUSP. Mais tarde, também houve a necessidade de se conferir in loco a orientação solar dos edifícios e de fazer a medição da refletância de suas fachadas. Concluídos os levantamentos, observou-se que, em geral, os edifícios possuíam áreas de janela pequenas em relação às suas fachadas. As cores das edificações mostraram-se bastante diversificadas. Considerando-se as cores de todos os edifícios, conjuntamente, observou-se que 52% delas apresentaram reflexão abaixo de 50%, o que pode ser um fator negativo para o clima de Florianópolis. Notouse uma falta de preocupação por parte dos projetistas e engenheiros, em criar elementos de proteção solar em fachadas voltadas para orientações solares hostis e em implantar janelas que garantam ventilação dos ambientes internos.

Relatório disponível em: http://www.labeee.ufsc.br/arquivos/publicacoes/IC_Priscila.pdf

sexta-feira, 29 de agosto de 2008